quarta-feira, 7 de abril de 2010

Lição de Vida

Esse fim de semana, aproveitando o dia da páscoa, saiu no caderno Viver Bem da Gazeta do Povo uma reportagem sobre pessoas que encontraram forças para renascer após "um sofrimento de diagnóstico difícil". Um dos personagens da reportagem é um garoto que foi acolhido pela Instituição "Chácara Meninos de 4 Pinheiros" (Mandirituba - Paraná). Uma instituição muito séria que considero a verdadeira escola de ou da vida.

Segue abaixo recorte da reportagem. Vale a pena a lição!

Abandono

Diorlei Santos, 20 anos. Saiu de casa aos 10 anos, morou na rua e se envolveu com drogas. Hoje é educador social.

Saí de casa aos 10 anos, por causa da violência doméstica, para morar nas ruas de Curitiba. Vi que na rua não era tão difícil de viver. Morava com mais oito crianças e normalmente ficávamos em casas abandonadas. Não tinha água nem luz, mas era um teto, o nosso “mocó”. Quando você é menor, é mais fácil: as pessoas compram comida ou dão dinheiro por pena. Usei drogas. Quando comecei com o crack, tive de roubar para sustentar o vício. Fui preso sete vezes e, na última, fiquei 120 dias no Serviço de Atendimento Social. Refleti sobre as coisas que vi e li muito a Bíblia.

Quando saí, fui para a Chácara dos Meninos de 4 Pinheiros. Eu já tinha tido outras três chances lá, mas recebi um voto de confiança. Trabalhei na horta, na granja e retomei os estudos: este ano comecei o ensino médio. Desde 2007, participo de um grupo de dança afro, o Ka-naombo. Me apeguei às pessoas, fiz amizades e aprendi muitas coisas boas. Agora sou educador social na chácara e também dou aulas de dança. Quero continuar estudando, fazer um curso de dança e artes cênicas para trabalhar nessa área. Não na tevê, mas em projetos sociais, como arte-educador. Quero ter o que ensinar.

“Quando eu ando pela cidade, as pessoas veem a minha mudança. Muitos me dizem que queriam ter a minha força para dar a volta por cima.”

Link: http://www.4pinheiros.org.br
Fonte: Gazeta do Povo